Reportagem divulgada hoje pelo site “Intercept” revela conversas realizadas entre membros do MPF responsáveis pela Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro sobre o processo que envolvia o triplex do Guarujá, cuja a propriedade é atribuída ao ex-presidente Lula (PT), que por conta disso está preso.
Pelas conversas, é possível perceber que o juiz e os promotores agiram de forma conjunta para garantir a prisão do líder maior do Partido dos Trabalhadores.
A atuação de juízes e promotores deve ser independente. O Ministério Público apresenta as acusações e cabe à Justiça, com base nas provas, decidir o destino do réu.
Nas descrições, Moro, hoje ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL) e de olho em uma vaga no Supremo Tribunal Federal, chega a orientar o trabalho dos promotores.
O site “Intercept” diz que recebeu as mensagens de aplicativos de conversas de uma fonte, já os integrantes do Ministério Público Federal dizem que eles foram alvo de hackers.
A reportagem completa do site do jornalista norte-americano Glenn Greenwald você pode conferir aqui. Ela já é repercutida por todos outros órgãos de imprensa.
As conversas não são usuais, ou não deveriam ser. Em determinada fala, Moro e Daltan Dallagnoll discutem a estratégia para divulgar a famosa conversa telefônica entre Lula e Dilma Roussef (PT), que evitou a posse dele como ministro e a consequente remessa do processo para o STF, tirando das mãos do juiz de primeira instância.
Para o G1, Moro disse que “não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato”.
O Ministério Público Federal destaca a gravidade do crime que seus membros teriam sido vítimas, com mensagens privadas hackeadas e “que muitas conversas, sem o devido contexto, podem dar margem para interpretações equivocadas”.
Pois é, o resultado foi aquele. Lula réu, Impeachment de Dilma, Temer, Lula preso, Lula fora da eleição e Bolsonaro presidente.
Era o que uma parte grande da população queria, é preciso reconhecer.
Mas os fins, justificam os meios? E os outros?
Para prender bandidos os fins podem justificar os meios sim.