Felipe Schultze
bacharel em Direito
A luz, a câmera e o marqueteiro estavam direcionados à mesa de madeira vazia. Um presidente envelhecido chega ao local de gravação. Senta com dificuldade e cruza as pernas da maneira que marqueteiro recomenda. Bebe água em um copo de cristal da forma que o médico recomenda e lê o discurso recomendado pelos aliados.
Dessa forma começa o pronunciamento do presidente mais impopular da história do Brasil. Percebe-se que a história do país é cheia de presidentes impopulares. A ideia era transmitir o pronunciamento em horário nobre. A televisão havia perdido influência para a internet e para as novas plataformas de vídeo, mas a novela das 21h ainda tinha seus encantos e sua audiência.
O pronunciamento transmitindo cheio de cor e som de nada adiantava para chamar atenção dos telespectadores. A audiência era formada por trabalhadores cansados após um longo dia de trabalho, muitos não entendiam sua fala e a maioria o desdenhava.
A transmissão aconteceu na véspera do feriado de Tiradentes. O presidente Michel Temer cantava os bons resultados da economia e suas vitórias. Apesar do discurso motivacional, não acredito que os frutos mostrados tenham alguma influência na vida do trabalhador de classe média/pobre. Sabe-se que o desemprego continua alto e o salário mínimo desvalorizado, o resultado apresentado interessa apenas os velhos donos do PIB e da economia.
O fato da classe alta Brasileira continuar engordando não é o problema. É necessário que os investidores continuem investindo no país, o que não pode ser admitido é esquecer os investimentos no social.
Percebe-se que se mostra necessário que se invista em distribuição de renda e em programas sociais de inclusão na mesma velocidade em que se é cumprido as exigências dos grandes empresários. Se existem reformas a serem feitas, é necessário que as mesmas não coloquem em risco os direitos dos trabalhadores mais pobres e da classe média Brasileira. Reformas e retiradas de direitos não são as saídas da crise.
Na recuperada da economia, os ricos esqueceram de investir no social. O povo, velho guerreiro, vê cada recuperação do PIB com esperança e, solitário, faz suas orações para dias melhores. Os programas de televisão teimam em confortar a angústia solitária daquele que vê o seu salário desvalorizado.
Na esperança de dias melhores o trabalhador sabe que Drumonnd estava certo: “Sozinho não se pode explodir a ilha de Manhattan”.
Não investem no social!
Viajam ao exterior e voltam elogiando o país dos outros.
São tão idiotas – além de mal intencionados – que não se dão conta de que poderiam melhorar o país dos seus filhos e netos.
A pergunta que faço a mim mesmo: essa cacalhada me representa? Respondo: N-Ã-O!
Em 2018 e 2020 lhes darei o troco, vagabundagem!
Leitor: veja isto aqui:
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/exclusivo-a-lista-de-fachin/