Plano Municipal da Juventude de Blumenau é aprovado na Câmara, mas emenda revela dificuldade de entender a diversidade

Foto: Denner Ovídio/CMB

Um projeto relativamente simples, porém importante para o público jovem de Blumenau, virou um embate na sessão desta quinta-feira na Câmara de Vereadores por uma postura preconceituosa.

Foi aprovado o Plano Municipal da Juventude de Blumenau, um conjunto de diretrizes estratégicas na área da juventude, atendendo uma solicitação do Conselho Municipal da Juventude, em consonância com o Estatuto da Juventude, para planejar ações futuras do poder público neste segmento, garantindo maior e melhor qualidade de atuação. O Plano é destinado aos jovens entre 15 e 29 anos e tem vigência de cinco anos a contar da data de publicação da lei.

Até aí tudo bem. Articulado pelo vereador Bruno Cunha (Cidadania) junto com o Conselho, o Plano cria mecanismos que, inclusive, podem facilitar a captação de recursos federais para projetos e ações para este público.

Mas o projeto que teria tudo para ter uma aprovação consensual, ganhou uma emenda de última hora, apresentada pela vereadora Silmara Miguel (PSD), que obrigou a convocação extraordinária da CCJ e das Comissões de Finanças e Mista.

A emenda altera duas redações. Uma modifica o título do EIXO 4 de “Direito à Diversidade e à Igualdade” para “Direito à Igualdade”. E no Objetivo 1 do EIXO 4, a palavra cultura é substituída por etnia e o termo ‘orientação sexual’ é retirado do texto do projeto, ficando a redação da seguinte forma: “Combater a discriminação por etnia, idade, origem, religião, opinião, deficiência e econômica, fortalecendo programas que forneçam e promovam a cultura da paz e incentivando programas de intercâmbio entre as diferentes culturas”.

Na comissão mista, o presidente Jovino Cardoso (SD), líder do Governo, disse que a Prefeitura estava orientando a base para votar pela aprovação da emenda, o que fez alguns parlamentares mudarem o voto que seria contrário. A emeda foi aprovada com seis votos sim – Jovino, Silmara, Maurício Goll e Rof Bublitz (ambos PSDB), Lucelma Baldi (PODE) e Carlos Wagner (União), quatro contra – Bruno, Ito (PL), Adriano Pereira (PT) e Professor Gilson (Patriota) e duas abstenções – Diego Nasato (Novo) e Cristiane Loureiro (Pode). O presidente Almir Vieira (PP) só vota em caso de empate e os vereadores Tuca (Novo) e Cesar Campesatto (União) não estavam,

Ao defender seu voto, Bruno Cunha desabafou. “As vezes me questiono o que estou fazendo na política”, falando do preconceito e das posições extremadas.  “Vou trabalhar para que todas as pessoas de nossa cidade sejam como são”, declarou.

Já Jovino Cardoso lembrou que um parlamento é composto por diversas ideias e por isso elas devem ser debatidas. “Isso é o parlamento, debate de idéias, as pesosas são diferentes”, disse.

2 Comentário

  1. Inacreditável o que aconteceu na Câmara Municipal onde, mais uma vez o fundamentalismo religioso, nega a diversidade e a população LGBTQIA+. Intolerância MATA! O PT de Blumenau repudia veementemente essa ação dos vereadores(as) e independente deles(as) a sociedade continuará a clamar pelo respeito e a solidariedade a todas as formas de amor. Parabéns pela resistência dos Vereadores Adriano PT, Bruno, Ito e Gilson.

  2. Vereador que votou contra a emenda mas no fim aprovou o plano com a emenda pra mim beira a hipocrisia. PT me decepcionou.

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