O prefeito e o pedido
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), pediu para a Bienal do Livro do Rio recolher um livro à venda no evento. Trata-se de uma história chamada “Vingadores, a cruzada das crianças”, de heróis, com temática LGBT.
Em um vídeo nas redes sociais, Crivella disse que a obra traz “conteúdo sexual para menores”.
“Livros assim precisam estar em um plástico preto, lacrado, avisando o conteúdo”, disse o prefeito.
A polêmica começou quando uma mãe comprou o livro para o filho e fez uma reclamação, que rapidamente ganhou alcance nas redes sociais.
Resposta da Bienal
Em nota, a Bienal afirmou que não irá retirar os livros e que dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser.
Editoras se manifestaram
Várias editoras de livros se manifestaram contra o anúncio do prefeito Crivella. Pouco tempo depois do ocorrido, as editoras foram às redes sociais protestar. Em comunicado, a Companhia das Letras – maior editora brasileira -, manifestou seu “repúdio a todo e qualquer ato de censura” e se posicionou “à favor da liberdade de expressão”.
As editoras também postaram em seus perfis nas redes sociais, fotos de livros com a temática LGBT.
Comunicado da Prefeitura
Em um comunicado, a Prefeitura informou que notificou a Bienal com base nos artigos 74 a 80 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
“A Prefeitura entendeu inadequado, de acordo com o ECA, que uma obra de super-heróis apresente e ilustre o tema do homossexualismo ( sic ) a adolescentes e crianças, inclusive menores de dez anos, sem que se avise antes qual seja o conteúdo”.
No entanto, o ECA não cita homossexualidade nos pontos destacados pela Prefeitura. Diz que “material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializados em embalagem lacrada” e exemplifica com “cena de sexo explícito ou pornografia, envolvendo criança ou adolescente”.
Fiscais na Bienal
A Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura do Rio de Janeiro, esteve no começo da tarde desta sexta-feira, 6, na Bienal, para identificar e lacrar livros considerados “impróprios”.
De acordo com o subsecretário de operações, Wolney Dias, a prefeitura tem o poder de polícia para realizar a fiscalização e apreensão de material que considerar inadequado.
Mandado de segurança
A Bienal do Livro entrou com pedido de mandado de segurança preventivo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) para garantir o pleno funcionamento do evento. A decisão foi tomada após fiscalização.
O criador e a história
O escritor do tão “polêmico” livro é Allan Heinberg, de 52 anos. Tem em seu currículo sucessos na TV e no cinema.
Heinberg foi produtor do bem sucedido Mulher Maravilha (2017), que arrecadou US$ 821,8 milhões em bilheteria no mundo todo e é protagonizado pela israelense Gal Gadot, além dos seriados Grey’s Anatomy (2005), um dos dramas mais populares da televisão americana e Sex and the City (1998), seriado da HBO estrelado por Sarah Jessica Parker.
“Vingadores, a cruzada das crianças”, a coletânea, de autoria de Heinberg e do desenhista Jim Cheung, chegou
às bancas no Brasil em abril.
Marcelo Crivella
Marcelo Crivella está bem longe da sua reeleição, e assim como Jair Bolsonaro, acena para os eleitores mais conservadores.
O que pode ter um efeito contrário. Nos dois casos. A Bienal dobra o público por causa da cena medieval do prefeito e ele deixa a prefeitura no ano que vem.
Até porque, na Bienal, o livro se esgotou na manhã desta sexta-feira.
Atualização: liminar
A Justiça do Rio concedeu uma liminar que impede as autoridades municipais de buscar e apreender obras em função de seu conteúdo, “notadamente” aquelas que tratam de conteúdo LGBT.
É a primeira vez em quase 40 anos que a Bienal do Livro sofre esse tipo de ação. Os livros eram vendidos lacrados e a capa não tem nenhuma imagem de conteúdo erótico.
Com informações: G1, O Globo, BBC Brasil e Extra
Chega dessa falaciosa sodomia em nosso país. Não precisamos dessa imundícia podre e sofrimento para nossas crianças e jovens!
Se a pessoa não se identifica com o povo LGBT é homofóbico , é um direito meu aceitar ou não , isto é democracia ,isto é liberdade de expressão . Não xingo, não me incomodo com eles e elas , desde que se comportem como pessoas normais .
Me espeitem que eu respeito .