Há 14 anos Blumenau enfrentava uma das mais trágicas catástrofes naturais dos seus 172 anos de história. Foram 24 vítimas fatais apenas em Blumenau. Cerca de 2,1 mil construções danificadas ou destruídas pelos deslizamentos de terra, onde quase 25 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Como medida protetiva, 62 abrigos foram ativados para amparar as famílias desabrigadas assim que iniciaram as ocorrências. Esta foi à consequência de três meses chuvosos que saturou o solo de tal modo, que em 22 de novembro o município entrou em colapso.
Desde então a Prefeitura de Blumenau se fortaleceu e adotou novos protocolos. A Secretaria de Defesa Civil (Sedeci) expandiu ao instituir os setores de geologia e de meteorologia. Além de reforçar a estrutura e equipe técnica, a secretaria introduziu no cotidiano rotinas educativas como os programas de Defesa Civil na Escola e Agente Mirim, que preza por trabalhar a questão da prevenção com os alunos do ensino básico e fundamental.
Para o secretário de Defesa Civil, Carlos Olímpio Menestrina, o dia 22 de novembro não é uma data a ser comemorada, mas sim respeitada por tudo o que ela representa ao município, pelas perdas, danos e consequências que ficaram daquela fatídica data. “A lição que 2008 nos deixou foi absorvida muito a sério pela Defesa Civil, tanto que novos protocolos de segurança foram adotados, bem como, a sistemática operacional dos nossos agentes zelando no cuidado com a natureza, sobretudo no que diz respeito a áreas de risco e a ocupação dela”, reforça.
O prefeito de Blumenau, na época, secretário de Assistência Social, Mário Hildebrandt, também destaca as lições da tragédia. “Aprendemos muito com 2008 e evoluímos enquanto município. Seja na hora de concedermos um alvará para construção, ou mesmo na hora de planejar novas obras de contenção ou de drenagem. Quanto mais respeitarmos os limites impostos pela natureza, em áreas de risco ou regiões alagáveis, maior será a nossa capacidade de enfrentar os eventos climáticos. Somos uma cidade resiliente e 2008 teve papel muito importante nessa ascensão”, explica.
Antes de 2008 a Defesa Civil ainda não era secretaria, título que só seria sacramentado no ano de 2013. De lá para cá, foram sendo encorpado o número de agentes, técnicos em geologia, geógrafos, engenheiros e meteorologistas no setor. A estrutura física cresceu, o número de servidores triplicou, também aumentou o número de viaturas para os atendimentos a comunidade. Tudo isso para melhor servir a população blumenauense não apenas em ocorrências, mas também no trabalho de prevenção e orientação.
Além de todo o investimento na Defesa Civil nos últimos anos, neste ano a secretaria está absorvendo também a metodologia do Centro de Operações do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (Ceops), de modo que este conhecimento traga ao município maior exatidão na aferição e previsão dos dados meteorológicos.
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