Felipe Schultze
bacharel em Direito, colaborador voluntário
No coração de cada país, há sua cultura e com ela existe a produção artística de seu povo.
A cultura no sentido antropológico dado por Lévi-Strauss, é uma maneira de representar o mundo e de entendê-lo. Dessa forma, constatamos que um país pode ser identificado pelo momento em que vive através de sua cultura e de suas produções artísticas.
Já é de conhecimento geral que o Brasil vive uma persistente crise de identidade, já faz muito tempo que o país verde e amarelo se mostra confuso sobre os seus caminhos e sobre os seus objetivos, não é de hoje que há flertes com ideologias extremadas. Percebe-se, que a saída do fundo do poço é pela cultura e pelas produções artísticas nascentes nos trópicos tupiniquins.
De acordo com Zygmunt Bauman, a cultura critica as realidades instantâneas e explora os meios alternativos de estar no mundo, de acordo com o autor, ela se torna uma ferramenta mais de mudança do que de conservação.
Dessa forma, se explica o fato da produção cultural contemporânea causar tanto espanto no Brasil. Percebe-se que o país vive a falta de uma consistência cultural, as produções culturais apresentadas em teatros, galerias de artes e em demais espaços estão sendo fortemente marginalizadas e rotuladas como imorais. Muitas vezes censuradas em atos de cortejos permanentes com a retirada da liberdade de expressão.
Constata-se que a cultura do Brasil está em um abismo sem investimentos, sem prestígios e com pouca liberdade. Verifica-se que é a produção cultural que forma um país. O abismo é tão grande, que Chico Buarque virou um simples comunista por aqueles que nunca escutaram ou leram suas obras; a semana de arte moderna de 1922 talvez seria proibida nos dias de hoje.
O Brasil precisa retomar sua vida, e a cultura pode ser um dos meios de retomada de crescimento, de cessão da violência e de democratização da educação. É necessário levar elementos culturais reflexivos para lugares periféricos para transformar cidadãos em agentes transformadores.
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