Qual é a meta da sua cidade para 2016?

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Marina Melz

Jornalista

metasAdoro listas. E sempre faço duas no início do ano: uma de sonhos e uma de metas. Elas precisam conversar. Se existe um sonho e, para ele, não existe uma meta, há algo errado. O contrário também demonstra um equívoco. E fiquei pensando outro dia como temos sonhos para a nossa cidade que, às vezes, não contribuímos para que se realizem – pra não dizer que atrapalhamos, porque há ocasiões em que isso também é verdade.

Eu sonho com uma cidade com mais estabelecimentos abertos aos domingos, mas morro de preguiça de sair de casa pra tomar café na padaria ao lado de casa (que amo). Com o turismo – que é uma indústria sem chaminé – trazendo riquezas e tornando autoestima para a minha cidade, mas às vezes acabo falando mal dela pra quem é de fora e me perguntando por que mesmo que as pessoas vêm até aqui.

Quero para os meus afilhados uma cidade mais florida e nunca plantei uma árvore. Para os meus pais uma cidade mais tranqüila para caminhar, mas às vezes me pego não deixando um pedestre atravessar. Um trânsito menos caótico, embora ainda dirija nos horários de pico sem querer.

Nossa cidade é nossa casa e só vai mudar se a gente quiser. Participar das discussões sobre a nova ponte é importante, fiscalizar os gastos do poder público é um mérito. Mas uma cidade para cidadãos só se faz com cidadãos que coloquem atitudes para uma cidade melhor na sua lista de metas – além dos sonhos.

Se todo mundo tomasse pequenos cuidados – que não dependem da Prefeitura, da Câmara, do bispo, dos ônibus – transformaríamos a nossa cidade. Não existe dinheiro no mundo que compre um lugar onde as pessoas se cumprimentam, onde a faixa de pedestres é respeitada, onde todo mundo tire 30 segundos para apreciar o rio. Não são décimos terceiros e vinte centavos que fazem com que as pessoas parem de jogar lixo nas ruas, deem uma voltinha a mais pra mostrar a algum desconhecido o caminho perdido.

O que faz a atmosfera da cidade não é dinheiro, não é o prefeito, não é o outro. Sou eu, somos nós. Somos todos nós que sonhamos com uma cidade melhor e vamos fazer de 2016 uma oportunidade pra isso.

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