A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve caráter messiânico, com a maioria das falas remetendo a questões religiosas. A abertura do ato oficial foi feita por Michele Bolsonaro, que usou várias passagens da bíblia, para relacionar com a “perseguição” que o marido estaria sofrendo.
E lá pelas tantas, ela falou uma frase que é emblemático do que quero trazer com este post. “Fomos negligentes por não misturar política com religião e o mal tomou conta da nossa nação”, disse a ex-primeira-dama, mostrando como algumas religiões estão sendo aparelhadas pela política.
O segmento evangélico, em especial os ligados as igrejas neopentecostais é onde se percebe mais este movimento.
Neste final de semana, o culto foi diferente em várias igrejas da Assembleia de Deus em Santa Catarina. Aconteceu um curso de formação política, que teve como alguns dos palestrantes, o deputado estadual Marcos da Rosa (União) e o deputado Federal Ismael dos Santos (PSD).
O evento era destinado para pré-candidatos a vereador, vice-prefeito e até prefeito, organizado pela CIADESCP (Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná), cujo presidente é o pastor Nilton dos Santos, irmão do deputado Ismael. O CIADESCP tem uma comissão pró politica, responsável pela formação.
“Estimular o protagonismo de homens e mulheres, com ideais cristãos na vida pública”, disse o deputado numa parte da formação deu visibilidade nas redes sociais, finalizando. “Deus certamente estará conosco e nos concederá a oportunidade de colhermos bons frutos”, afirmou.
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Religião e política sempre andaram juntas na historia do mundo, com períodos mais instrumentalizados e outros menos. Recentemente, alguns segmentos religiosos voltaram a ganhar espaço por uma visão estratégica de ocupar espaços de poder, com intuito de defender suas pautas. E estão conseguindo, com uma plateia fiel de eleitores.
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