Passados oito meses da nova Legislatura, é possível avaliar a posição de cada um até agora.
Apenas cinco dos 15 vereadores eleitos em outubro do ano passado não pertenciam as coligações do guarda-chuva do projeto de reeleição do prefeito Napoleão Bernardes (PSDB).
Mal começou o segundo mandato, Ailton de Souza, o Ito (PR), já se bandeou para a base governista.
Restaram Professor Gilson e Jovino Cardoso Neto (PSD), Adriano Pereira (PT) e Alexandre Caminha (PROS).
Caminha é uma oposição meio situação. Amigo de Napoleão, sempre esteve no ninho. Levantou voo solo, de forma surpreendente, às vésperas da eleição. Fez uma aposta arriscada ao deixar o PSDB e deu certo, elegeu-se.
É independente, mas muito próximo, pelo menos até agora.
Adriano Pereira é a oposição mais evidente, mas está isolado na Câmara. Ninguém quer aliança com o PT.
Jovino Cardoso Neto é o mais agudo, mas não tem consistência e nem gera credibilidade nos seus constantes ataques ao Governo. Levanta algumas bandeiras importantes, mas não avança. Também está isolado, por sua postura.
Gilson de Souza, o Professor Gilson, é a grande surpresa, assim como foi sua eleição. Por sua postura serena, mas contundente, tem destacado-se como uma oposição mais consistente ao governo Napoleão.
Não deve emplacar a sua proposta de CPI do transporte coletivo, mas foi graças a suas criticas que o Seterb e a Blumob se mexeram na questão da pintura dos ônibus velhos da frota.
Até onde sei, os três – Adriano, Jovino e Gilson – não tem indicados na administração.
Entre os vereadores que elegeram-se no arco de alianças da campanha tucana – 12 partidos -, alguns sinalizam que podem mudar de posição a qualquer momento.
O caso mais emblemático é Marcelo Lanzarin (PMDB). Está muito incomodado com o encaminhamento do debate sobre a ponte do centro, ele que era secretário municipal do então prefeito João Paulo Kleinübing (PSD).
Na semana passada, usou a tribuna para criticar a ampliação do Programa Remédio em Casa. Na verdade, minimizou o impacto frente a outras necessidades.
Outro que atua com um pé em cada lado – situação e oposição – é Almir Vieira (PP). Vice-presidente da Câmara, vira e mexe, dá umas caneladas na administração e em vereadores da base.
Tem os dois vereadores novatos também considerados “independentes”, Bruno Cunha (PSB) e Ricardo Alba (PP). Alba começou mais crítico e Cunha foca em temáticas sociais e menos na política administrativa. Hoje estão mais afinados com o Governo, mas…
O bloco PSDB-DEM é fiel à administração Napoleão, e não poderia ser diferente. Jens Mantau, Alexandre Matias, Sylvio Zimmermann, Becker e Marcos da Rosa.
Zeca Bombeiro (SD) tem o estilo do Ito, de trabalho comunitário. A diferença é que Zeca critica mais a Prefeitura sobre obras e ações do que o colega. Hoje, na hora do vamos ver, estão mais afinados com o Governo.
Então a matemática das posições na Câmara é essa.
Três são realmente de oposição.
Três tem um pé lá e outro cá. Hoje votam com o governo, mas podem mudar logo ali.
Outros dois tem o pé mais na base de Napoleão do que na oposição.
Votos fechados são sete.
A base governista é boa, mas não tranquila. Ano que vem tem eleição estadual, com vereadores candidatos, e tem a disputa pela Mesa Diretora para 2019. Promete emoções.
Oposição é um dos pilares da democracia. O contraditório impede a arbitrariedade, a facilidade. Precisamos deste equilíbrio.
Com qualidade, é claro.
Oposição por oposição não vale.
Escreve aí, Alexandre Gonçalves:
Becker vai, já, já, perder dois afilhados.
Outra: ninguém quer nada com cachorro cheio de sarna, ou seja, qualquer sapobarbudino que seja!
Alcino Carrancho
(O Ex-coxinha Babaca, Tolo e Ingênuo)