Reportagem denuncia que empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp

Atualizado às 17:30 (18/10)

Folha

Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno.

A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada.

A Folha apurou que cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan, do empresário Luciano Hang. Os contratos são para disparos de centenas de milhões de mensagens.

Quando usam bases de terceiros, essas agências oferecem segmentação por região geográfica e, às vezes, por renda. Enviam ao cliente relatórios de entrega contendo data, hora e conteúdo disparado.

Entre as agências prestando esse tipo de serviços estão a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market.

Os preços variam de R$ 0,08 a R$ 0,12 por disparo de mensagem para a base própria do candidato e de R$ 0,30 a R$ 0,40 quando a base é fornecida pela agência.

As bases de usuários muitas vezes são fornecidas ilegalmente por empresas de cobrança ou por funcionários de empresas telefônicas.

Empresas investigadas pela reportagem afirmaram não poder aceitar pedidos antes do dia 28 de outubro, data da eleição, afirmando ter serviços enormes de disparos de WhatsApp na semana anterior ao segundo turno comprados por empresas privadas.

Questionado se fez disparo em massa, Luciano Hang, dono da Havan, disse que não sabe “o que é isso”. “Não temos essa necessidade. Fiz uma ‘live’ aqui agora. Não está impulsionada e já deu 1,3 milhão de pessoas. Qual é a necessidade de impulsionar? Digamos que eu tenha 2.000 amigos. Mando para meus amigos e viraliza.”

Procurado, o sócio da QuickMobile, Peterson Rosa, afirma que a empresa não está atuando na política neste ano e que seu foco é apenas a mídia corporativa. Ele nega ter fechado contrato com empresas para disparo de conteúdo político.

Richard Papadimitriou, da Yacows, afirmou que não iria se manifestar. A SMS Market não respondeu aos pedidos de entrevista.

Na prestação de contas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), consta apenas a empresa AM4 Brasil Inteligência Digital, como tendo recebido R$ 115 mil para mídias digitais.

Segundo Marcos Aurélio Carvalho, um dos donos da empresa, a AM4 tem apenas 20 pessoas trabalhando na campanha. “Quem faz a campanha são os milhares de apoiadores voluntários espalhados em todo o Brasil. Os grupos são criados e nutridos organicamente”, diz.

Ele afirma que a AM4 mantém apenas grupos de WhatsApp para denúncias de fake news, listas de transmissão e grupos estaduais chamados comitês de conteúdo.

No entanto, a Folha apurou com ex-funcionários e clientes que o serviço da AM4 não se restringe a isso.
Uma das ferramentas usadas pela campanha de Bolsonaro é a geração de números estrangeiros automaticamente por sites como o TextNow.

Funcionários e voluntários dispõem de dezenas de números assim, que usam para administrar grupos ou participar deles. Com códigos de área de outros países, esses administradores escapam dos filtros de spam e das limitações impostas pelo WhatsApp – o máximo de 256 participantes em cada grupo e o repasse automático de uma mesma mensagem para até 20 pessoas ou grupos.

Os mesmos administradores também usam algoritmos que segmentam os membros dos grupos entre apoiadores, detratores e neutros, e, desta maneira, conseguem customizar de forma mais eficiente o tipo de conteúdo que enviam.

Grande parte do conteúdo não é produzida pela campanha – vem de apoiadores.

Fonte: Folha

Marcos Carvalho, dono da AM4

Marcos Carvalho, dono da AM4, garantiu a O Antagonista que a campanha de Jair Bolsonaro por WhatsApp não usa recursos privados.

“Quem tem o apoio de milhões de brasileiros não precisa pagar”, diz. Segundo ele, o PSL já tem 300 mil filiados, que atuam voluntariamente na replicação do conteúdo digital.

“Não temos necessidade de gastar um centavo com impulsionamento.” Ele também rejeita a acusação da Folha de que “uma das ferramentas usadas pela campanha de Bolsonaro é a geração de números estrangeiros automaticamente por sites como TextNow, e que “funcionários e voluntários dispõem de dezenas de números assim, que usam para administrar grupos ou participar deles”.

“A informação é falsa. O engajamento do eleitorado de Jair Bolsonaro nas redes sociais não é recente, tampouco surpreendente. É diretamente proporcional ao seu desempenho nas urnas – em primeiro turno, foram mais de 49 milhões de votos”, diz.

Fonte: O Antagonista

Haddad sobre a denúncia da Folha

“Vamos pedir providências para a Justiça Eleitoral e Polícia Federal para que estes empresários corruptos sejam imediatamente presos para parar com essas mensagens de WhatsApp”, afirmou Haddad em entrevista à Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

Fonte: UOL

PDT prepara ação para anular a eleição

O PDT prepara uma ação para pedir à Justiça Eleitoral a nulidade das eleições deste ano após as denúncias de práticas ilícitas no uso de redes sociais por parte da campanha do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira o presidente nacional do partido, Carlos Lupi.

Segundo Lupi, cujo partido teve o candidato Ciro Gomes em terceiro lugar no primeiro turno da disputa pelo Palácio do Planalto, a equipe jurídica do PDT ainda estuda a forma e o conteúdo da peça a ser apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Estamos preparando uma ação. Ainda não está pronta, o jurídico está examinando o termo exato e por isso ainda não soltei”, disse o presidente do partido à Agência de Notícias Reuters.

Fonte: Reuters

 

2 Comments

  1. Coro dos derrotados .Saibam perder de cabeça erguida ou peçam também a prisão dos dirigentes
    das empresas que fazem doação ao PT e PDT , ou tudo que receberam foi legal ?

    Bando de vigaristas com telhado de vidro , a derrota é eminente , estão louquinhos e com
    medo do juiz Sergio Moro ….vai faltar cadeia .

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