
Em meu último artigo, da coluna SC Think Tank deste Informe, intitulado “Educação SC: parte I: critérios de escolha do gestor escolar“. Questionei:
“Por que, em Santa Catarina, o estado mais promissor do Brasil hoje, não se respeitam tais critérios (os critérios de estados como Paraná, Espírito Santo, São Paulo e Goiás para as nomeações dos gestores escolares?” E continuei: “Em nosso estado, a escolha de diretores escolares da rede estadual não ocorre por meio de um processo seletivo transparente e baseado em mérito, como acontece em alguns outros estados. O critério predominante é a velha e carcomida indicação política, feita pelo governo estadual, sem a exigência de seleção técnica. Já houve tempos melhores, com a apresentação de plano de gestão e eleições sem limites mínimos de participantes”.
Fui contestado.
Devo ser mais claro e retificar: a apresentação de plano de gestão faz parte da regra e, confiando em relatos que não chequei, ignorei esta regra. O plano de gestão é apresentado, sim. Peço desculpas por ter ignorado este fato.
Confundi esta omissão em meio a relatos sobre a qualidade de certas gestões, o que me levou a comparações com outros estados.
De resto, não disse que não houve eleições, mas que, diferentemente de outros anos, agora com a exigência de 50% mais um de pais participantes, o que se mostrou irrealizado em cerca de 45% das escolas estaduais. Coloquei em dúvida este critério, e dispenso a análise, que fica a critério do leitor.
Mas, sobretudo, considero imprescindível que o plano de gestão seja apresentado perante avaliadores, que os gestores passem por entrevista e, tão importante quanto, se submetam a prova de conhecimentos, como ocorre nos estados que mencionei, além do estado do Ceará. Acerca da experiência pioneira deste estado, inclusive, o deputado estadual Mário Motta – PSD-SC, trouxe um representante na Assembleia Legislativa para falar daquela experiência. Não foi por acaso.
Me preocupa o fato de que Santa Catarina, hoje, o estado mais promissor do Brasil, e o segundo mais competitivo do País, conforme o ranking do Centro de Liderança Pública – CLP (2024), esteja longe do pódio no quesito Educação e que tenha despencado do 3º lugar no IDEB há poucos anos, e atualmente dispute o 11º lugar com mais três estados – é só verificar os resultados da última edição. Só estamos bem nos anos iniciais.
Reitero que minha preocupação é inteiramente republicana. Torço pelo governo atual, pra que faça o melhor de si, inclusive na Educação, e com o devido respeito aos responsáveis. Inclusive, as críticas as faço pra ajudar, porque são o sal da vida.
Por fim, continuarei a escrever sobre Educação de Santa Catarina, na coluna SC Think Tank, se este Informe permitir, pois ainda tenho muito a dizer. Sobretudo, afirmar que Santa Catarina não deveria perder a oportunidade de potenciar uma Educação focada no desenvolvimento estratégico, inclusive com ênfase local-regional, por meio de conteúdos exatamente voltados a este propósito. E, no meu próximo artigo sore a Educação em Santa Catarina, pretendo apresentar a primeira série deles, sem a presunção da verdade, mas com o permanente espírito da provocação republicana.
Walter Marcos Knaesel Birkner, Sociólogo, autor de Sociologia produtiva: BNCC, desenvolvimento e interdisciplinaridade.
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