Coluna Gaspacho para todos por: MARTA BROD jornalista e professora universitária
“Essa não é uma história sobre o perdão” (Amanda Clarke, em Revenge)
Depois de duas semanas intensas finalizando a minha pesquisa para a dissertação de mestrado, tive uma semana de “descanso”. Nesse período a única coisa que eu queria era me desligar do mundo online, ler histórias de romances previsíveis e assistir filmes e séries que não prendessem tanto a minha atenção, apenas diversão – mesmo! Afinal, a ideia era descansar a cabeça para poder retomar os estudos. Coloquei meu plano em prática e consegui fazer tudo. Exceto por uma coisa: a série que eu achava que iria desistir logo no primeiro episódio me fisgou e eu não tive escolha: Revenge (2011 – 2015).
Em alguma madrugada de insônia alguém já se deparou com essa série. Na TV aberta, aqui no Brasil, ela foi veiculada pela Globo. Nos canais a cabo, Revenge fazia parte da programação do canal Sony e agora também está disponível na Netflix. Quatro temporadas, vinte e dois episódios com quarenta e dois minutos de duração. Sim, parece uma eternidade. E é!
O plot da série é básico: Amanda Clarke (Emily VanCamp) – que depois muda seu nome para Emily Thorne – é uma garota que vê seu pai ser acusado injustamente por um ataque terrorista. Logo no primeiro episódio descobrimos que a família Grayson, a mais poderosa dos Estados Unidos, são os responsáveis por essa acusação. Para provar sua inocência, Amanda volta a casa onde morou quando criança para vingar-se de todos aqueles que destruíram a sua família. E aqui começa um jogo de gato e rato interminável.
A história se passa em Hamptons, um balneário só com condomínios luxuosos, localizado em Nova Iorque. A maioria dos personagens são pessoas com muito, muito dinheiro. E a série tenta mostrar como o poder e a ganancia podem corroer a vida das pessoas. O que mais me surpreendeu é a facilidade com que as pessoas conseguem manipular uma as outras. Ninguém dúvida de nada, ninguém se questiona (apenas Amanda, mas ela tem seus motivos), ninguém sofre com remorso ou peso na consciência. Eu entendo que é ficção, mas é necessária uma pitada de “realidade”, não é mesmo?
A ideia até parece boa, mas já vimos tantas coisas semelhantes que parece mais do mesmo. A história é fraca, o roteiro tem falhas homéricas e sem contar na atuação mecânica de alguns atores – salvo algumas exceções. Mas aí, você pergunta: se é tão ruim assim, como você conseguiu assistir até o final? Fiquei me fazendo essa mesma pergunta por alguns dias, de verdade. Porém, apesar de todos os absurdos, ao final de cada episódio eles plantavam a semente da incerteza que ficava praticamente impossível não apertar o play para o próximo.
No final das contas, Revenge era o tipo de série que eu estava procurando naquele momento: algo para descontrair e sem muitas pretensões. Porque a vida não é feita só de histórias bem elaboradas, não é mesmo?
Ah, quase me esqueço: Sim, a vingança é um prato que se come frio – Amanda Clarke que o diga!
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