Parece que o plano da Rússia de se desconectar da internet global está perto de se tornar realidade. Uma página oficial do governo russo confirmou as notícias divulgadas no começo de fevereiro (2019) e deve realizar o primeiro teste de “desligamento da internet” em breve.
Dita como uma forma de defesa para uma futura guerra cibernética. A ferramenta, acompanhada da rede interna (intranet), também serviriam, inevitavelmente, como uma forma de controle da população — como o que acontece com a China. O teste de ambas deve ser feito até o fim de abril.
A rede interna da Rússia, nomeada “Runet”, será controlada pelo próprio governo e permitirá que os cidadãos continuem conectados. O curioso desse sistema é que e-mails e outras conexões ainda serão permitidas, mas controladas pelo governo de alguma maneira ainda não divulgada.
Uma boa alternativa para defesa?
Segundo estudos realizados pela Oracle, não. A centralização de toda a infraestrutura da rede é exatamente o contrário do que deve ser feito em casos de ataque. Portanto, o desligamento da rede só tornaria a situação mais complicada para a Rússia. Em um cenário hipotético de ataque, o ideal é descentralizar a infraestrutura da rede e desenvolver um robusto sistema de defesa. Quando centralizados, a ameaça consegue facilmente atingir todos os alvos.
O portal de notícias The Telegraph lembra que o governo russo buscou por formas de diminuir a liberdade de sua população, logo após as manifestações contra Vladimir Putin (no período entre 2011 e 2013), facilitadas pelo acesso às redes sociais. Desde então, muitos jovens russos foram multados ou presos por publicações ridicularizando instituições nacionais.
Além disso, o governo russo já tentou forçar gigantes da internet — como Facebook e Twitter — a realocarem seus servidores para dentro do país, onde os agentes de inteligência teriam acesso aos dados dos usuários.
Em conclusão, ainda sem saber ao certo a razão da criação desta rede interna, tampouco do desligamento da internet global, não há dúvidas de que os mais prejudicados serão os cidadãos e a própria segurança nacional. Resta aguardar por mais notícias.
Fonte: The Telegraph e TecMundo
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