Segundo debate presidencial: multiplataforma e um pouco menos morno

Tecnológico, multiplataforma e pouco menos morno que o último, aconteceu ontem (17), na RedeTV! o segundo debate entre os presidenciáveis.

Estavam presente oito candidatos: Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).
Os candidatos responderam perguntas de jornalistas da emissora e da Revista IstoÉ, perguntas de telespectadores e perguntaram entre si.

Álvaro Dias, como anteriormente, usou como seu campo de debate a segurança pública, geração de empregos e principalmente combate à corrupção. Tem como propostas já divulgadas tornar a Lava Jato parte fixa do governo, deixando de ser apenas uma operação e de convidar o juiz federal Sérgio Moro para ser o ministro da Justiça.
Teve poucos embates diretos e foi o primeiro que trouxe para o centro do debate a teórica candidatura do ex-presidente Lula.

Provocada por Álvaro Dias sobre o petista, Marina Silva reforçou sua posição em relação ao combate à corrupção e lembrou de outros acusados como o senador Aécio Neves (PSDB).
A segunda provocação a que respondeu foi a de Jair Bolsonaro que apelou para o lado religioso da candidata, perguntando sobre temas como descriminalização do aborto e drogas.

Jair Bolsonaro quando perguntou a Marina Silva sobre esses temas não esperava que teria que escutar um “sermão” da candidata. Além de responder sobre os temas perguntados, Marina ainda deu uma aula ao candidato pelo PSL sobre direitos das mulheres. Bolsonaro ainda foi flagrado com uma “colinha” em sua mão, entre outras palavras, o nome do ex-presidente Lula. Saudade? O Batman não sobrevive sem o Coringa!
No mais, frases decoradas, despreparo e novamente até um certo cansaço.

Ciro Gomes mais um vez trouxe o jogo para o espaço do campo que domina: a economia.
Perguntado mais de uma vez, inclusive trazendo Geraldo Alckmin para terminar assunto começado em pergunta anterior, o candidato pelo PDT foi mais uma vez didático, traído pelo tempo várias vezes, conseguiu mais uma vez demonstrar preparo para o debate e assuntos a que se propõe. Desta vez não ficou assustado com nenhuma pergunta do Cabo Daciolo.

Engraçado, virando até o meme oficial do último debate na Band, Cabo Daciolo saiu do engraçado para o preocupante. Se antes as frases religiosas eram apenas de um homem convicto com a sua fé, neste debate ele demonstrou despreparo em relação a quase todos os assuntos, jogando um monte de teorias da conspiração facilmente encontradas na internet. Parecia mais um culto quando tomava a palavra do que um debate de presidenciáveis. Como disse o Ciro no último debate: “a democracia é uma delícia, mas tem custo”.

Geraldo Alckmin mais uma vez teve que se explicar por governos passados e o governo atual. Sobre teoria foi bem no campo econômico, polarizando com Ciro Gomes, mas os outros candidatos fizeram questão de lembrá-lo que o telhado da sua casa é feito de vidro.
Taxado como a velha política, se defendeu em vários momentos sobre a aliança que fez com o “centrão-direitão-blocão”.

Ele foge como um vampiro de uma estaca do assunto, mas o candidato do governo Henrique Meirelles – apesar de Temer ter sinalizado que o candidato do governo é o Alckmin – mais uma vez parecia estar em uma entrevista de emprego, abordou o seu currículo várias vezes, evitou falar do governo Temer. Ao se referir aos seus cargos no poder, disse que participou do governo Lula e do governo atual, sem citar o “mordomo do Jaburu” (vai que aparece, não é?).

E por último, mas não menos importante, Guilherme Boulos trouxe seus projetos, usou bem seu tempo e foi o que mais buscou embates. Com frases que também fizeram sucesso na internet como os “50 tons de Temer”, Boulos dentro do seu espectro me surpreendeu mais uma vez. Ainda foi o único que votou contra a retirada do púlpito do ex-presidente Lula que ficaria exposto e vazio durante o debate.

Entendo que o problema também é tempo e a quantidade de candidatos, mas a legislação eleitoral e a maneira como são montados não beneficiam um aprofundamento sobre qualquer assunto e dificulta mais aos eleitores que usam o tempo para decidirem o seu voto.

Talvez a maior emoção foi o Bóris Casoy derrubando um copo e assustando a jornalista Amanda Klein. Que venha o próximo!

O próximo debate será com os cinco candidatos à Presidência mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto. O encontro acontecerá durante o 5º Fórum da Liberdade e Democracia e será transmitido para todas as plataformas digitais da Rádio Jovem Pan.




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