Transporte coletivo de Blumenau tem 3,5 milhões de pagantes a menos que 2014

Foto: reprodução TV

Dando prosseguimento a minha conversa com os gestores da empresa Nossa Senhora da Glória, nesta terça-feira, 8, já tratada em outra postagem. Agora vou abordar o que me falaram sobre as questões econômicas que tanto assolam o sistema do transporte coletivo.

2015 está sendo o pior ano no que diz respeito a receita. A estimativa é fechar o ano com 16 milhões de passageiros pagantes, uma queda na receita de 20%.  Em 2014 foram 19,5 milhões e em 2008, 21 milhões. São cinco milhões a menos de pagantes do que há sete anos. 3,5 milhões a menos no período de um ano.

Outubro, por conta da Oktoberfest, é tradicionalmente o mês com maior movimento. Neste ano, 1,4 milhão de usuários pagantes circularam, quando a média histórica é de 1,8 milhão. 400 mil pessoas a menos. Com esta redução, se pegar o valor da tarifa de hoje e aplicar na circulação de passageiros do ano passado, daria uma média mensal de R$ 5,3 milhões. Este ano estima-se receber R$ 4,6 milhões.

Na estimativa de rateio que o Seterb fez para 2015, o valor arrecadado pelo Consórcio Siga seria de R$ 7,9 milhões/mês e a Glória teria para faturar é de R$ 5,5 milhões/mês. Com a queda de usuários, este valor cai para R$ 4,9 milhões/mês, um déficit mensal de R$ 600 mil.

Ou seja, a conta não fecha, segundo os gestores da Empresa Nossa Senhora da Glória. Segundo eles, 88% da receita é para a operação, quando o admissível seria 80% e o bom 70%. Somente em salários a empresa paga R$ 2,5 milhões mês.

E o futuro? José Eustáquio Urzedo, Betinho e os gestores contratados apostam na recuperação da empresa. Mas defendem uma racionalização urgente do sistema de transporte coletivo. Que passa por vários caminhos, entre eles, a demissão de trabalhadores. Ou a não reposição dos que saem.

Consideram que a grande distorção hoje está nos cobradores, cerca de 350 na Glória. Afirmam que em muitas viagens o custo com estes profissionais é inferior ao arrecadado na catraca.

Defendem outras medidas. Algumas parecem simples e viáveis, como por exemplo tirar os ônibus articulados da operação de fim de semana, onde menos gente circula. “Precisamos enxugar a operação” , ” não podemos e não devemos aumentar a passagem, temos que cortar despesa”, foram algumas expressões usadas.

Também se trouxe para a conversa uma posição polêmica. O Poder Público aportar recursos no sistema. Consideram este um investimento importante para a coletividade, investimento em mobilidade urbana e que seria também tarefa da municipalidade.

Outra situação que os proprietários da Glória trazem é o desequilíbrio do Consórcio Siga. Responsável por 66% do sistema, a empresa paga as despesas na proporção maior também. Pedem uma revisão na divisão das despesas.

São as palavras dos gestores. O Informe Blumenau acompanha de perto a situação, pelo impacto que ela representa na vida das pessoas. Estivemos juntos aos trabalhadores, ouvimos muito a versão da Prefeitura e agora conseguimos a palavra dos empresários.

Cada um tire suas conclusões. Nós aqui fazemos jornalismo.

Se tiverem mais versões, o espaço está aberto. O que a população quer é saber o que a Prefeitura encontrou na Glória e no Consórcio Siga.

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2 Comentário

  1. Ué, não entendo, mas assim, os corredores de ônibus, que pararam a cidade, que fizeram uma viagem de carro entre a Rua Itajaí e a Escola Agricola saltar de 30 minutos para 1 hora, não foram feitos justamente para estimular o uso do ônibus?

    Como pode? Número de passageiros cair ano à ano?

    A resposta é simples, esse blá-blá-blá de corredor de ônibus é usado por prefeito incompetente, que não consegue fazer obra de mobilidade, dai fica pintando essas coisas no chão e vem com esse papo politicamente correto e na moda de cidade para as pessoas e ônibus e bicicletas e todas essas asneiras. Conversa pra boi dormir.

    A prova está ai, ano após ano, menos gente nos ônibus. População quer qualidade no serviço, começa em disponibilidade de horário, limpeza, conforto, pontualidade. Não quer tinta no chão.

    As pessoas não são iguais, o coletivo nem sempre é possível.

  2. Logico que menos pessoas estão o Transporte Publico, porque com esse serviço de porco que é prestado aqui, é muito melhor andar de carro, mesmo com o preço do combustível nas alturas

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