Na política nada é definitivo, muito pelo contrário. O que é hoje pode mudar completamente amanhã e são muitos os exemplos.
A carreira politica de Carlos Moisés (PSL), que parecia terminar este ano, na metade do primeiro mandato, pode ganhar um novo fôlego.
A começar pela informação que a Polícia Federal concluiu a apuração sobre a participação do governador na compra dos 200 respiradores, apontando a “inexistência de indícios de crime” da parte dele na negociação que causou um prejuízo de R$ 33 milhões. A conclusão do delegado responsável pelo caso confirma o crime e sua gravidade, mas isenta o governador.
O Ministério Público Federal vai analisar e manifestar seu parecer para o STJ. Se seguir nesta linha, é uma baita força para Moisés que encara seu segundo pedido de impeachment, justamente tendo a denúncia da compra dos respiradores como foco.
Esta condição e o fato de que a vice Daniela Reinerh (sem partido) se safou do primeiro, estragando uma certeza que se consolidou no parlamento de que o presidente Júlio Garcia (PSD) assumiria o Governo no caso do afastamento de ambos, acendeu um sinal de alerta.
Cheguei a ouvir de um assessor de deputado dizendo que a reflexão desde o último sábado é no sentido de quem é melhor no Governo, com olhos na eleição de 2022: Moisés ou Daniela?
Apesar do deputado Sargento Lima (PSD) – que deu o voto que salvou Daniela – negar, os rumores de que o presidente Bolsonaro ou gente dele teve participação fundamental na decisão do parlamentar são grandes. A agora governadora interina é muito mais afinada com o projeto Bolsonaro e muitos falam que sua ascensão ao cargo agora poderia se transformar em um mandato de seis anos, com grandes chances de reeleição daqui a dois anos.
Já Moisés seria um governador desidratado, sem seu principal cabo eleitoral – o presidente Bolsonaro – e depois de tudo que passou, um refém do parlamento.
Vai acontecer isso? Não sei, é apenas uma reflexão.
Mas com a certeza de que escapará do primeiro impeachment, Moisés enfrenta o segundo – e mais difícil – em condição melhor do que há uma semana.
Para os políticos catarinenses (velhas raposas e corruptos de Santa Catarina), o resultado do primeiro impeachment deu uma freiada na distribuição de benesses e cargos como sempre faziam no passado.. Nem esse, nem o 2o. impeachment vai dar em nada. Não que se goste das atitudes de Moises como governador, mas a esperança é que Santa Catarina volte aos trilhos, que bem merece nas mãos de uma mulher. E, ainda por cima, alinhada com o Presidente Bolsonaro. Deus escreve por linhas tortas….