Uma aproximação necessária

As lideranças políticas e empresariais de Blumenau passaram quatro anos reclamando da falta de representatividade política junto ao Governo Federal, um governo que contou com a ampla maioria dos dos votos de eleitores daqui. Muitos ainda passam o pano para a gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas o fato é que ela foi muito ruim para a cidade e a região. Os investimentos na duplicação da BR 470 foram praticamente irrisórios para a necessidade e não houve nenhuma obra ou ação que tenha o DNA da administração de Bolsonaro.

Quatro anos depois, ao contrário de 2018, Blumenau elegeu dois deputados federais e ainda teve um deputado federal reeleito, que é da vizinha Pomerode. Gilson Marques (Novo), Ismael dos Santos (PSD) e Ana Paula Lima (PT).

Ana, e o marido Décio Lima, que tem tudo para ficar com a presidência nacional do Sebrae, são aliados de primeira hora do presidente Lula (PT), com quem tem uma relação pessoal. Mas não são vistos assim pelas nossas lideranças, que fazem questão de diminuir, ou quando não, ignorar o papel do casal Lima simplesmente pela questão política.

É preciso dizer que Décio e Ana Paula também não fazem questão de se aproximar muito, eles que passaram quatro anos sendo achincalhados aqui na aldeia. Mas o mundo da política dá voltas e o PT voltou a governar o pais e assim será pelos próximos quatro anos.

Ou seja, Blumenau virar as costas para Ana Paula Lima e Décio Lima me parece de uma miopia política, mesmo com todo força que o ex-presidente Bolsonaro ainda tem por aqui. Mas Bolsonaro, independente do que deixou de trazer, não é mais presidente. O presidente é Lula.

Quem bem tratou deste assunto – foi o único entre os presentes – foi o deputado federal Jorge Goetten (PL) ao do Alto Vale do Itajaí, durante evento promovido pelas entidades empresariais com os deputados eleitos, isso na semana passada. Apesar de pertencer do mesmo partido de Bolsonaro, Goetten fez questão de destacar o papel que a deputada e o ex-prefeito tem no novo governo, afirmando que eles precisam ser vistos como interlocutores da região junto ao Governo Federal.

Goetten parece ver o que as lideranças daqui evitam, por miopia política. Tomara que Blumenau não pague um preço muito caro.