A eleição para a Mesa Diretora, marcada de forma surpreendente para esta terça-feira, 04, teve tantas nuances que procurarei desdobrar em várias postagens. A começar pela ausência do presidente titular da Casa, Marcos da Rosa (DEM), prefeito interino.
E ela acabou não acontecendo, depois de muita tensão.
Ouvi de alguns parlamentares que este processo faz parte da democracia, que é assim mesmo.
Não concordo. Mais uma vez o parlamento de Blumenau deu mal exemplo.
Os vereadores, preocupados com a disputa, esqueceram inclusive do bom público presente no plenário. Inclusive de pessoas com algum tipo de deficiência, tema da Tribuna Livre, que ficaram sem entender o que estava acontecendo.
Teve jogada inteligente, teve canelada, teve bate boca nas internas, teve querela jurídica, blefe e até “sequestro” de vereador, no caso Zeca Bombeiro (SD).
A chapa liderada por Almir Vieira (PP), presidente em exercício, dava a vitória como certa, contabilizava os oito votos necessários. Além de Almir, tinha Sylvio Zimmermann (PSDB) como vice, Marcelo Lanzarin (MDB) primeiro secretário e Adriano Pereira (PT) segundo.
Almir Vieira inverteu a pauta da sessão e colocou a votação para o início dos trabalhos, depois da Tribuna Livre com o coordenador do Comped – Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Em seguida, suspendeu a sessão por 30 minutos para a inscrição de chapas e esses 30 minutos viraram quase duas horas.
Neste meio tempo foi aquela correria, conversas a pé de ouvido e atrás de portas fechadas.
Foi o tempo que o movimento de reação capitaneado em especial pelo vereador Bruno Cunha (PSB) embaralhou totalmente o jogo. E lá pelas tantas, reverteu. conseguindo os votos necessários. Ele trouxe Zeca Bombeiro, que estava do outro lado, para vice, Professor Gilson (PSD) como primeiro secretário e Jens Mantau (PSDB) como segundo.
Com isso, ficou sete a sete. Bruno venceria num dos critérios de desempate, que seria o de vereador eleito com mais votos – ele foi segundo mais votado em 2016.
Terminado o prazo, novas discussões, mas envolvendo também o corpo jurídico da Câmara. A sessão não recomeçava…
Sem dar muita explicação, os dois grupos de vereadores se confinaram em gabinetes ganhando tempo, articulando. O grupo de Cunha foi para o Gabinete de Alexandre Matias (PSDB) no primeiro andar, e o de Almir na Diretoria Legislativa, no terceiro.
Lá pelas tantas, em momentos diferentes, Almir Vieira e Sylvio Zimmermann tentaram entrar no Gabinete de Alexandre Matias, mas não foi permitido.
O único representante do outro grupo que conseguiu conversar com o grupo foi Marcelo Lanzarin, que tentou intermediar um consenso. E não conseguiu.
Diga-se de passagem, parece que Marcelo Lanzarin é o mais forte candidato a ser o cara deste consenso. Já estava mapeado antes, agora mais ainda.
Lá pelas tantas, a sessão foi reiniciada pelo presidente Almir, com seis vereadores, insuficiente para a votação da Mesa, que exige ao menos oito vereadores. E aí vieram os argumentos jurídicos para ganhar tempo e buscar o tal consenso, com os 14 vereadores da base governista (?) engalfinhando-se entre si.
O argumento dado para suspender a eleição é de que um mesmo candidato estaria em duas chapas, no caso Sylvio Zimmermann.
Ele seria o candidato a presidente em uma outra chapa, do mesmo grupo.
Com a eleição fora da pauta da sessão, os demais vereadores que não deram quórum para a votação da Mesa voltaram a plenário.
E a vida seguiu seu curso no Parlamento. Os dois grupos apresentaram suas armas e mediram suas forças.
São 14 vereadores a base governista, será que o consenso prevalecerá.
Enquanto cuidam de seus umbigos….
Nós simples contribuintes-eleitores pagamos a conta….
Não existe vereador respondendo processo na justiça?