“Viva o povo brasileiro”: Lula toma posse como presidente do Brasil

Foto: Adriano Machado/Reuters/Reprodução via g1

Tomou posse neste domingo, 1º de janeiro de 2023, em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um terceiro mandato e como o 39º Presidente da República.

‘Democracia para sempre’

Em seu discurso no Congresso Nacional, o presidente Lula defendeu a democracia.

“Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ‘ditadura nunca mais’. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer ‘democracia para sempre'”, afirmou.

Lula ainda falou sobre a garantia de que não será revanchista, defendeu que responsáveis pelo ‘genocídio’ na pandemia sejam investigados, prometeu investimentos em ações sociais e combate à fome, criticou as fake news e ainda confirmou a revogação dos decretos sobre armas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente declarou ainda que a democracia foi a “grande vitoriosa” das eleições.

A faixa

Lula recebeu a faixa presidencial de representantes do povo brasileiro. O grupo foi formado por oito pessoas.

Francisco: uma criança de 10 anos, moradora de Itaquera, periferia de São Paulo;

Aline Sousa: catadora, 33 anos;

Cacique Raoni Mtuktire, 90 anos;

Weslley Viesba Rodrigues, metalúrgico do ABC;

Murilo de Quadros Jesus, professor de português;

Jucimara Fausto dos Santos, cozinheira que ficou dez meses na vigília Lula Livre, acampamento ao lado da sede da
Polícia Federal de Curitiba quando estava preso;

Ivan Baron, influencer na luta anticapacitista;

Flávio Pereira, artesão que também esteve 580 dias na vigília Lula Livre.

Discurso à população

Após subir a rampa e receber a faixa, o presidente Lula fez o tradicional discurso à população.

Lula lembrou o período em que esteve na prisão, afirmou que vai governar para todos, que vai combater a desigualdade e chorou ao citar a fome no país.

Relembrou o período na prisão

“Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro, representado pela Vigília Lula Livre, num dos momentos mais difíceis da minha. Hoje, neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a vocês não poderia ser outra, tão singela e tão cheia de significado. Boa tarde, povo brasileiro.”

Lula foi preso em 2018, durante as investigações da Operação Lava Jato. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações de Lula.

Disse que governará para todos

“Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras e não apenas para quem votou em mim. Vou governador para todos e todas, olhando para nosso luminoso futuro em comum e não pelo retrovisor do passado de divisão e intolerância. A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra.”

Disse que o povo quer paz

“Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou. […] Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação. Somos todos brasileiros e brasileiras e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca, ainda que arranquem nossas flores – uma por uma, pétala por pétala. Nós sabemos que sempre é tempo de replantio e que a primavera há de chegar. E a primavera chegou.

Criticou a fome

“A volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro. A fome é filha de desigualdade, mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil. […] De um lado, uma pequena parcela da população tudo tem. De outro lado, uma multidão a quem tudo falta e uma classe média que vem empobrecendo ano a ano. Juntos, somos fortes.”

Chorou ao citar a fome no país

“Quando digo ‘governar’, quero dizer ‘cuidar’. Mais que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do povo brasileiro. Nesses últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando o lixo em busca de alimento para seus filhos, famílias inteiras dormindo ao relento – enfrentando o frio, a chuva e o medo –, crianças vendendo bala e pedindo esmola enquanto deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a quem têm direito, trabalhadores e trabalhadoras desempregados exibindo nos semáforos cartazes de papelão que nos envergonham a todos ‘por favor, me ajuda'”.

Defendeu que mulheres e homens ganhem de forma igual

“Não podemos continuar a conviver com a odiosa pressão imposta às mulheres, submetidas diariamente à violência nas ruas e dentro de suas próprias casas. É inadmissível que as mulheres continuem a receber salários inferiores dos homens quando, no exercício de uma mesma função, elas precisam conquistar cada vez mais espaço. […] As mulheres devem ser o que elas quiserem ser, devem estar onde elas quiserem estar. Por isso, estramos trazendo de volta o Ministério das Mulheres.”

Reafirmou compromisso com combate à desigualdade e à fome

“Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande marca do nosso governo. Desta luta, fundamental, surgirá um país transformado, um país grande e próspero, forte e justo, um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário que não deixará ninguém para trás. […] Reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo aqueles que mais necessitam, e acabar outra vez com a fome neste país.”

Confira a cerimônia de posse na íntegra:

Da redação, com informações do g1 e Agência Brasil

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