O WhatsApp é um dos meios mais usados para pessoas se comunicarem com amigos e familiares. Ao mesmo tempo, o aplicativo lida com contas criadas exclusivamente para espalhar spam. A equipe por trás do mensageiro quer acabar com a prática e deu mais detalhes sobre algumas das medidas usadas pra combatê-la.
Duas delas são mais conhecidas: a opção para os próprios usuários denunciarem números e o limite de encaminhamento de mensagens criado para impedir a disseminação de notícias falsas. No entanto, o aplicativo possui outros métodos para evitar práticas indesejadas.
Por conta da criptografia de ponta a ponta, o WhatsApp não consegue acessar conteúdo compartilhado nas conversas. O aplicativo contorna a situação com as chamadas “ações de usuários”, isto é, uma série de informações que ajudam a indicar se uma conta pode ou não ser banida por spam.
Essas ações incluem metadados das mensagens, quantidade de mensagens enviadas (especialmente após a criação de uma conta), endereço de IP, operadora, localização do aparelho e data de criação da conta.
A partir daí, o aplicativo identifica, por exemplo, redes que são usadas para registrar muitos números. É possível, ainda, limitar a atividade de bots por meio do recurso que indica que alguém está escrevendo. Como, em geral, os robôs enviam mensagens prontas, eles acabam sendo pegos nessa verificação.
Segundo o WhatsApp, o aplicativo bane contas a partir de informações obtidas em três momentos: o do registro de um novo número, o da troca de mensagens e o da denúncia feita por um usuário contra um um determinado número.
WhatsApp remove 2 milhões de contas por mês
Para impedir que se torne um ambiente cada vez mais usado para disseminar spam, o WhatsApp bane, em média, dois milhões de contas por mês. Do total, 75% são removidas a partir de um algoritmo que usa aprendizagem de máquina.
Uma em cada cinco contas removidas nem chega a mandar uma mensagem. Elas são impedidas pelo aplicativo logo no momento do registro. Aquelas que conseguem passar do bloqueio ainda podem ser bloqueadas no futuro de acordo com sua atividade em conversas individuais e em grupos, que somam, respectivamente, 90% e 10% do total das conversas.
“Não estamos aqui para dar microfone para pessoas e bots, o WhatsApp é sobre mensagens privadas”, afirmou o engenheiro de software do aplicativo, Matt Jones, no encontro com jornalistas na Índia. A decisão de escolher o país para apresentar ações de combate ao spam é simbólica.
A Índia foi palco, nos últimos meses, de uma onda de violência causada após a circulação de boatos no aplicativo. Em Dhule, uma cidade indiana com 370 mil habitantes, cinco pessoas foram linchadas até a morte devido a suspeitas de que queriam sequestrar crianças.
O país é o maior mercado do WhatsApp e se prepara para realizar suas eleições gerais em abril. Com 1,5 bilhão de usuários em todo o mundo, o aplicativo terá mais um momento importante para verificar se as ações de combate à desinformação estão sendo realmente efetivas.
Com informações: The Next Web, VentureBeat e TecnoBlog
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